segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

uma metade inteira por favor

a pancadaria da meia entrada já deu muito o que falar.

de um lado do ringue, no corner azul, os estudantes. pobres estudantes que não tem dinheiro para ter acesso a cultura.

no corner vermelho, os produtores e donos de teatros, cinemas, casas de shows, etc, que vêem seu faturamento cair pela metade.

os dois tem razões e motivos para brigar pela justa causa sua, mas quem sairá vencedor de uma luta que nem rock balboa tem peito de entrar?

já faz quase seis meses que não usufruo da minha linda velha carteirinha estudantil que venceu e consegui me formar. mas faz quase seis meses que choro e gostaria de voltar a estudar toda vez que vou ao cinema ou no show de algum artista que é de meu gosto.

a verdade é que a culpa é do governo.

sei que meu discurso parece coisa de socialistazinho de meia tigela (não sou petista), mas a verdade é que a falta de incentivo governamental faz com que essa briga dure milhares de anos, séculos ou até milênios de séculos!

se hovesse incentivo, o produtor não precisaria contar os centavos para realizar seu espetáculo, logo, o custo da entrada cairia (pode-se dizer que até pela metade) o que faria com que um senhor de 50 anos deixasse de ser cara-de-pau e não falsificasse uma carteirinha de teologia da puc.

li neste sábado, dia 6, um singelo artigo-protesto de beatriz segall e paulo pélico condenando o uso da meia entrada, dizendo que se o estudante tem o direito de pagar a metade do preço no teatro, tem o direito de pagar a metade em cestas básicas, médicos ou na compra de jornais.

acredito que foram demais um pouco radicais, mas acertaram em cheio quando datilografaram:

"facilitar a acessibilidade à cultura é uma obrigação constituicional do estado (o governo, não o jornal estadão), e não uma função de particulares."

viu bem né seo governo!?!?

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